A fibromialgia (FM) é uma condição crônica e complexa que afeta milhões de pessoas.

Dor  musculoesquelética generalizada, fadiga, distúrbios do sono e alterações cognitivas (“fibro  fog”) costumam comprometer trabalho, relações e lazer. A jornada até um diagnóstico  preciso e um tratamento eficaz pode ser longa — e é justamente nesse cenário que o  médico fisiatra se destaca. 

O que é fibromialgia (e o que ela não é) 

A FM é uma síndrome de dor crônica generalizada. Não é “coisa da sua cabeça”: hoje  entendemos a FM como um distúrbio de processamento da dor com sensibilização  central — aumento da excitabilidade de vias nociceptivas e falha dos mecanismos  inibitórios do sistema nervoso central, levando a uma percepção amplificada da dor mesmo  sem lesão tecidual ativa.

Fatores de sensibilização periférica, alterações  imunes/inflamatórias, aspectos genéticos, endócrinos, psicológicos e distúrbios do  sono também modulam a expressão da síndrome [1]. 

 

Sintomas frequentes: 

  • Dor crônica difusa (acima/abaixo da cintura, bilateral, envolvendo esqueleto axial),  descrita como peso, queimação ou pontadas 
  • Fadiga intensa e sono não reparador, com rigidez ao acordar
  • “Fibro fog”: dificuldade de concentração e memória
  • Cefaleias (tensionais ou enxaquecas)
  • Sintomas de humor (ansiedade/depressão), comuns e potencialmente  amplificadores da dor 

 

Como diagnosticamos hoje:

Usamos os critérios ACR 2010/2011 (revisados em 2016),  que combinam Índice de Dor Generalizada (IDG/WPI) e Escala de Gravidade dos  Sintomas (EGS/SSS).

Além de confirmar o diagnóstico, essas escalas ajudam a monitorar a resposta ao tratamento ao longo do tempo. 

Importante diferenciar: FM não é o mesmo que síndrome dolorosa  miofascial (dor localizada com pontos-gatilho palpáveis) nem que síndrome  da fadiga crônica. Em muitos pacientes, há sobreposição — e tratar cada  componente corretamente melhora muito os resultados. 

 

O papel do fisiatra (PM&R) no cuidado da fibromialgia 

O fisiatra integra avaliação clínica detalhada, contexto psicossocial e metas funcionais para montar um plano multimodal e realista. Diretrizes atuais reforçam a educação do  paciente e as intervenções não farmacológicas como base do tratamento, com a  fisioterapia ocupando papel central [2]. 

 

Como conduzimos no consultório do Dr. Kelvin Kamiya (Medicina Física e  Reabilitação da Dor):

1) Avaliação individualizada 

  • Anamnese completa, exame físico e revisão de exames prévios; investigação de  diferenciais (tireoide, doenças reumatológicas inflamatórias, miopatias, efeitos de  medicamentos, apneia do sono, etc.)
  • Aplicação de IDG/EGS e questionários de impacto funcional (ex.: FIQ-r), para linha  de base e acompanhamento

 

2) Educação em dor e autocuidado

  • Explicamos a fisiopatologia da FM de forma clara (o “porquê” da dor)
  • Pacing/gestão de energia, higiene do sono, organização de rotinas e identificação  de gatilhos 

 

3) Reabilitação funcional (pilar central) 

  • Exercício graduado (aeróbico + fortalecimento + flexibilidade), ajustado à  tolerância, com progressão mais lentatípica da FM
  • Exercícios aquáticos/hidroterapia quando indicado — muitas pessoas toleram  melhor e ganham confiança
  • Terapias cognitivo-comportamentais e estratégias de mindfulness/aceitação para reduzir sofrimento e melhorar adesão
  • Terapia manual e recursos fisioterapêuticos selecionados para dor e rigidez.  (Observação: modalidades passivas têm papel adjunto; o núcleo do cuidado  continua sendo educação + exercício

 

4) Manejo da dor (uso criterioso de procedimentos e medicações)

  • Medicações com evidência na FM, escolhidas caso a caso e sempre associadas às medidas não farmacológicas:
    • Amitriptilina (baixas doses), ciclobenzaprina, duloxetina (e outros SNRIs  selecionados), pregabalina/gabapentina.
    • Tramadol pode ser opção em situações específicas.
    • Evitamos opioides fortes e corticoides na FM. 
  • Acupuntura médica: útil para alguns pacientes como adjuvante no controle da dor e do sono
  • Tratamento de comorbidades musculoesqueléticas (ex.: pontos-gatilho  miofasciais): técnicas específicas (terapia manual, exercícios direcionados;  eventualmente infiltrações de ponto-gatilho em casos selecionados) reduzem a  “carga periférica” de dor e potencializam o ganho funcional

 

5) Acompanhamento contínuo e metas objetivas

  • Revisamos periodicamente IDG/EGS e FIQ-r, ajustamos a prescrição de exercícios  e, se necessário, a medicação
  • Metas de curto, médio e longo prazo, com foco em autonomia e qualidade de vida 

 

O que você pode esperar (realista e mensurável) 

  • 4–8 semanas: melhora do sono e da disposição com educação, higiene do sono e  início de exercícios leves
  • 8–12+ semanas: redução gradual da dor, melhora do humor e da funcionalidade  com progressão do treino e otimização terapêutica
  • Manutenção: programa domiciliar e estratégias de enfrentamento para sustentar os  ganhos 

 

Sem promessas milagrosas — ciência aplicada ao seu dia a dia

 

Perguntas frequentes 

Fibromialgia tem cura? 

É controlável. Com plano estruturado, a maioria melhora dor, sono, energia e função. 

 

Preciso de muitos exames? 

Não para “provar” FM. Exames servem para excluir outras causas quando a história  clínica pede. 

 

Opioides ajudam? 

Na FM não são recomendados; trazem risco desproporcional ao benefício. Preferimos  estratégias multimodais. 

 

Acupuntura, hidroterapia e eletroterapia funcionam? 

Acupuntura e exercícios em água aquecida podem ajudar como adjuvantes. Modalidades  passivas de eletroterapia têm benefício modesto; mantemos foco em educação +  exercício

 

Infiltrações resolvem fibromialgia? 

Não “tratam” FM em si, mas podem aliviar dores locais (ex.: pontos-gatilho) quando  existem juntas com a FM. 

 

Um olhar humano e completo 

A FM ainda carrega estigmas. Aqui você encontra acolhimento, escuta ativa e um plano  personalizado. Na consulta com o Dr. Kelvin Kamiya (médico fisiatra), você sai com  metas claras e próximos passos para retomar a rotina com mais leveza e funcionalidade. 

 

Agende sua avaliação e comece seu plano de reabilitação da dor.

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